quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Moradora de mim (Elizabeth Faria em 04/07/1979)

Reclamas solidão,
E não te arriscas a perdê-la...
Procuras o oculto,
Como se pudesses encontrar seu segredo...
Tens cumplicidade com tua beleza,
E a teme como tua inimiga...
Amas com demasiada verdade,
Os que não estão preparados ao te encontrar...
Sabes ser poderosa e forte,
E declaras fragilidade mortal...
És audaciosa,
Mas vives te negando e te contendo...
Cobras de ti os teus atos falhos,
Pretendendo uma perfeição que não te pertence...
Te misturas a natureza e a música,
Como que encontrando a tua essência...
Amas a liberdade,
E vês beleza nos cárceres do amor...
Tens loucura por um filho,
A ponto de não o desejares em vão...
Gosto dos teus poros sempre abertos,
E do teu constante frio na espinha de emoção...
Gosto das tuas feitiçarias,
Repletas de boas previsões...
Preciso de ti porque me habitas,
Calma e turbulenta,
Como o mar no oceano...

2 comentários:

  1. Não sabia que és poeta!! Achei lindo. Bjk.

    ResponderExcluir
  2. Isabel, sou metida a poeta desde de sempre... reparou na data em que as poesias até aqui postadas foram escritas? Em torno dos meus vinte anos... sempre tive a enorme necessidade de expurgar o que me habita... muito por medo de que tudo passe e se transforme em nada... quando escrevemos o turbilhão avassalador do que sentimos, fazemos tudo durar para sempre... dividimos com outros e somamos nosso sentir ao mundo ou só a uma outra pessoa... de qualquer forma, deixamos de ser sós ou sozinhos ou, ainda, solitários... passamos a ser solidários... Bjs

    ResponderExcluir